Origem
Em seu entorno foram erguidos outros edifícios: o do Comando do Exército (1811), a sede da Prefeitura, a sede do Corpo dos Bombeiros, a Escola Municipal Rivadávia Correia, a Casa da Moeda do Brasil (1863) - atual Arquivo Nacional, a Rádio MEC, a faculdade de Direito da UFRJa Igreja de São Gonçalo Garcia e São Jorge e a Câmara Municipal.Em 1753, era chamado Campo de Santana, nome originado da igreja nele construída, local de grande afluência de devotos, que foi demolida em 1854 para dar lugar à primeira estação ferroviária urbana do Brasil, a Gare D. Pedro II. Em 1941 no lugar da antiga estação foi inaugurada a Central do Brasil, edifício no estilo Art déco, encimado por um enorme relógio - o maior do mundo na sua categoria.
Como lugar favorito para comemorações de eventos e realização de formaturas militares, foi palco de momentos históricos. a Aclamação do Imperador D. Pedro I e Proclamação da República, pois a casa do Marechal Deodoro ficava em frente; além de manifestações públicas, como os protestos da Revolta da Vacina.
Campo de Santana, 1818.
A partir de 1822, o campo passou a ser o centro político da cidade, após os eventos decorrentes do Dia do Fico, em 9 de janeiro, quando o príncipe D. Pedro conclamou a população do Rio, ali reunida às pressas, a que o defendessem dos soldados portugueses comandados pelo general Jorge de Ávilez, que queriam embarcá-lo à força para Portugal. Como a tenacidade do povo carioca conseguiu impedir a partida de D. Pedro, o logradouro passou a ser denominado Campo da Honra.
No dia 12 de outubro de 1822, D. Pedro I foi ali aclamado Imperador do Brasil pela população. Para a festa da Aclamação, segundo descrições da época, o jardim de Paulo Fernandes ganhou novos contornos e ornamentos: foram plantadas quatrocentas palmeiras; no centro do passeio, foi construída uma praça circular com 16 estátuas de madeira de deuses e semideuses, em cujo centro se encontrava um tanque com cascata artificial, ornada por conchas, com um repuxo bem alto. Diversos caminhos se originavam na praça, ornamentados com bustos de heróis e heroínas greco-romanas. Durante a festa da Aclamação, o lugar passou a se chamar Campo da Aclamação (de 1822 a 1889).
Campo de Santana - 1851- Jose Reis Carvalho - acervo do Museu Nacional de belas Artes.
Em 1870, D. Pedro II mandou construir no campo um pavilhão de madeira, para celebrar a missa comemorativa da vitória da Guerra do Paraguai. Naquele mesmo ano, o naturalista francês Auguste François Marie Glaziou e o estudioso de assuntos de jardinagem José Francisco Fialho apresentaram à municipalidade um plano para o ajardinamento do campo. Em 3 de julho de 1871, a Câmara municipal aprovou o projeto e Glaziou assumiu sozinho a responsabilidade pelo empreendimento.
Templo da Vitória 1870. Construido para as Comemorações da vitória na Guerra do Paraguai. Hoje não existe mais.
No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, diante das tropas concentradas no quartel-general, no Campo de Santana, proclamou a República, pondo fim à monarquia. Assim o campo passou oficialmente a denominar-se Praça da República.
Na segunda metade do século XIX, foi construída nas proximidades do campo uma capelinha para São Jorge, por quem os militares que ali serviam tinham uma devoção especial.
Em 1853, o campo foi beneficiado com serviço de aterro e com o plantio de algumas árvores, trabalho que foi feito por 20 sentenciados militares, presos da Fortaleza de Santa Cruz. A seguir, em 1858, com a construção da Estação da Estrada de Ferro, no local da primitiva Igreja de Santana, o movimento na área aumentou consideravelmente, transformando-se em passagem obrigatória para todos os que utilizavam o transporte ferroviário, apesar de a demolição da igreja ter marcado o fim das festividades religiosas que por muitos anos animaram o campo.
Em 1917, o local foi reconhecido e denominado oficialmente pelo decreto nº 1165 de 31 de outubro como Campo de Santana.
Em 1934, pelo decreto nº 4786 de 21 de maio, o parque foi desmembrado das ruas de contorno, passando a denominar-se Parque Júlio de Noronha. As ruas que o contornam ficaram com o nome de Praça da República.
Em 1939, pelo decreto nº 9876 de 25 de agosto, o Parque Júlio Furtado voltou a se chamar Praça da República, reincorporando as ruas do entorno.
O parque tinha uma superfície de 142.421m2, mas foi mutilado com a abertura da Avenida Presidente Vargas. Para tal redução e adaptação, foi chamado o arquiteto José da Silva Azevedo Neto, já no governo do prefeito Henrique Dodsworth. Com isso, em 1941, a área do campo ficou reduzida a meros 18.216m2.
Em 1938, os gradis foram retirados e transferidos para outros parques. Inicialmente, foram depositadas embaixo do galpão do Campo de São Cristovão e, depois, para debaixo da ponte da linha férrea em São Cristovão. Posteriormente, foram movidos para o depósito do viveiro do Caju. Por fim, tiveram suas partes doadas a entidades oficiais, a obras do Departamento de Parques e a particulares, como cortesia.
Em 1956, foram efetuadas obras de asfaltamento dos caminhos do parque. Os canteiros foram reformados e delimitados por um meio-fio de concreto. Redes de irrigação foram instaladas pela empresa L Quatroni SA, sendo inauguradas em 25 de março de 1958 pelo prefeito Negrão de Lima.
Em 1964, em virtude do golpe militar do dia 31 de março, o campo foi tomado por militares, que nele permaneceram entrincheirados durante nove dias, para emboscar os jovens estudantes da Faculdade Nacional de Direito (atual Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, localizada no prédio do antigo Senado), que ali permaneceram em resistência ao golpe. Naqueles dias, o parque foi cenário de tristes e sangrentos momentos da história nacional.
Finalmente, em 1965, pela Lei nº 575 de 13 de agosto, o parque voltou oficialmente a se chamar Campo de Santana, ficando as ruas do contorno com o nome de Praça da Republica.
Em 1967, o parque voltou a ter gradis, com projeto dos arquitetos Renato Primavera e Walter Curvelo de Mendonça, executado pela firma Ytanema Comércio e Engenharia SA.
Em 1968, pelo reconhecimento de seu valor histórico e artístico, o Campo de Santana foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac, órgão de preservação estadual, e desde 1983 integra uma das áreas do centro da cidade definidas pelo decreto municipal nº 4.141 como Zona Especial do Corredor Cultural.
Estrutura atual
Atualmente, a praça encontra em suas extremidades as ruas que dão fim ao Saara, a rua Frei Caneca, a rua Moncorvo Filho (próximo aocampus da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro), além da avenida Presidente Vargas.Em 1942, com a construção da avenida Presidente Vargas, que derrubou algumas das construções do entorno, a praça foi dividida em duas. Do lado do Palácio Duque de Caxias, reconstrução do Comando do Exército datada de 1937 e sede do Comando Militar do Leste do Exército brasileiro, foi construído o Panteão Duque de Caxias. Em todos os desfiles das comemorações da Independência do Brasil, ali é montado o palanque das autoridades. No lado oposto, ficam os jardins do Campo de Santana, grande passeio público arborizado e urbanizado no início do século XIX. A sua reforma iniciou-se em 1873 e foi completada em 1880, seguindo projeto do paisagista francês Auguste François Marie Glaziou. Na área, é possível encontrar diversas espécies de animais.
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